Coisas legais acontecem o tempo todo em nosso mundo. Por que cultivar assuntos tristes, pessimistas e violentos, se há tanta coisa interessante ao nosso redor? Por que não ter acesso a informações legais, iniciativas bacanas, notícias que mostram ações construtivas?

Este espaço busca reverter o "efeito noticiário" (aquela depressão que dá ao final de um telejornal, após lermos as manchetes na internet, ou após lermos um jornal qualquer). Aqui podem ser encontrados assuntos diversos que versam sobre temas
alegres, construtivos, leves, bons e divertidos.


Você tem alguma coisa legal para compartilhar? É só enviar o conteúdo para omundoelegal@gmail.com. Todos estão convidados a participar e ajudar a reverter o "efeito noticiário".

Você vai ver como o mundo é muito legal!

terça-feira, 29 de junho de 2010

Microscópio permite ver coração de pulga de água batendo

Um microscópio que está sendo mostrado em Londres permite observar o coração de uma pulga de água batendo.

O microscópio está exposto em uma feira de inovações da ciência, engenharia e tecnologia da Royal Society.

O equipamento permite examinar espécies em vários níveis de foco. No caso da pulga de água, é possível ver sua crosta, dar um zoom em seu coração e em seu olho, e observar até mesmo células do inseto individualmente.

Os criadores do microscópio acreditam que ele poderá ter várias utilidades, como por exemplo examinar tumores cancerígenos.

Fonte: UOL Ciências e Saúde

segunda-feira, 28 de junho de 2010

Faculdades oferecem disciplinas para estimular criatividade e lógica


Para passar no vestibular, o estudante deve buscar uma resposta certa para cada questão. Quando entra na faculdade, porém, ele aprende que não existe uma única solução para cada problema.

Pelo menos é o que ensinam as disciplinas que têm como objetivo desenvolver o pensamento crítico, o raciocínio lógico e a criatividade, oferecidas por faculdades logo no início da graduação.

Os nomes das matérias --tão criativos quanto o comportamento pregado-- variam, mas todas pretendem mudar o modo de pensar.

A Faap implantou há dois anos no seu curso de administração a "Metodologia do Pensamento Produtivo". A principal fonte de inspiração é o livro "Pense Melhor", de Tim Hurson (Editora DVS), que usa animais para descrever barreiras ao pensamento.

A "mente de macaco", por exemplo, é a imagem da ausência de concentração. O "cérebro reptiliano" é o nome dado à reação impulsiva.

As analogias fazem sucesso entre os alunos. Denis Feitosa, 22, diz que as aulas o ajudaram a lidar melhor com as pessoas e a ser mais criativo. "Antes, era mais tímido."

Ensinar o aluno a tomar decisões baseadas na lógica é outra preocupação comum. Na Fecap, a disciplina "Lógica" pretende "desenvolver a capacidade de pensar, ler e escrever de forma crítica e logicamente sustentável", diz Luiz Guilherme Brom, superintendente da faculdade.

A Aiec oferece a disciplina "Processo Decisório e Criatividade" no primeiro semestre de seu curso de administração a distância, que recebeu nota máxima do Ministério da Educação.

"[A matéria] tira os bloqueios que a escola põe", diz Vicente Nogueira Filho, presidente da Aiec.

A visão é compartilhada por Carolina da Costa, coordenadora do Núcleo de Estudos da Dinâmica do Ensino e Aprendizagem do Insper, que ensina "Lógica e Ética". "O aluno chega com pouca tolerância à ambiguidade."

Base cultural

Na Ibmec do Rio, a disciplina "Pensamento Critico, Lógica e Argumentação" faz parte de um programa de formação de lideranças. Além de quatro matérias, o programa inclui visitas a ateliês e projetos sociais, além de encontros com líderes.

"Esse alargamento cultural tem o objetivo de trazer novas visões de mundo", diz Flávia Cavazotte, coordenadora do programa.

Para Jaime Pinsky, professor da Unicamp e diretor da Editora Contexto, as referências culturais são, de fato, a melhor maneira de estimular a criatividade.

Isso porque de nada adianta dar conselhos que caem no senso comum e não usar as disciplinas já existentes para desenvolver competências, afirma Nilson José Machado, professor da USP e autor de "Jogo e Projeto" (Editora Summus).

FABIANA REWALD
Folha.com.br

Lixo?! Não, decoração!


Na quitinete do estudante de arquitetura Luis Eduardo Sarmento, 21 anos, clássicos não têm vez. Tampouco aqueles móveis branquinhos, tinindo, saídos das mais descoladas lojas de decoração da cidade. “Quando me mudei para cá, há três anos, minha mãe queria que eu comprasse móveis. Eu não queria nada, aí comprei tudo branco, só o necessário. Pô, sou arquiteto, achei que tinha que usar isso a meu favor. Aí comecei a mudar o cenário”, conta. Aos poucos, os básicos que ele tinha em casa foram dando lugar às próprias criações. Tudo por lá tem um significado, uma história e uma função — mesmo que seja só decorativa, afinal, trata-se da casa de um arquiteto. Detalhe: quase tudo o que integra o ambiente foi, um dia, lixo ou estava pronto para ser descartado.

Da escrivaninha, feita com restos de uma mesa, passando por uma cama e uma porta velhas, aos porta-canetas feitos de latas que guardam as réguas e canetas coloridas do estudante, tudo estaria acumulado em depósitos não fosse a criatividade de Luis Eduardo. Nem a geladeira escapou ilesa — ganhou formas geométricas coloridas imantadas. “Eu mudo de lugar quando quero e as outras pessoas que vêm aqui também podem mexer. É interativo”, explica. A cortina bege já estava lá quando ele se mudou. Mesmo assim, o estudante arrumou um jeito de deixá-la com seu jeito. Restos de chita que sobraram da decoração de uma festa da faculdade foram adicionados. “Eu gosto do colorido. É uma brincadeira com o limite entre o que é cafona e o que é bonito”, justifica. E lembra a ideia dos murais? Pois ele tem dois em casa que não custaram nem um centavo. O primeiro, de fotos, é uma placa de metal de uma antiga mesa. O segundo é a própria parede, na qual os amigos escrevem poemas e recados.

Carolina Samorano
Correiobraziliense.com.br

Os mil convidados do Arraial Solidário ajudarão creches e um abrigo de idosos


A quarta edição do Arraial Solidário, promovida na noite do último sábado pelo programa Correio Solidário, impressionava já na entrada. Moças simpáticas, com vestidos caipiras em verde e amarelo, dançavam empolgadas e davam boas-vindas aos mil convidados. Ao lado delas, um padre bem-humorado “abençoava” quem chegava ao espaço Marina Hall. Mais contido do que as colegas, ele até ensaiava alguns passos ao som de forró, mas logo se lembrava da batina e voltava a encarnar o personagem.

O clima animado contagiou quem decidiu se divertir e, ao mesmo tempo, fazer uma boa ação. O evento arrecadou recursos para 17 creches e um abrigo de idosos do Distrito Federal. “Três dias antes da festa, fico muito ansiosa e, quando chego, choro de emoção. É que me lembro da carinha das crianças e do quanto elas esperam da gente”, contou a presidente do Correio Solidário, Nazareth Teixeira da Costa.

Nazareth visita todas as instituições para verificar as necessidades e, posteriormente, para conferir se os recursos estão bem empregados. Além de reformar os espaços, o programa auxilia na construção de parques, bibliotecas, brinquedotecas e na compra de material escolar. “O objetivo é que as creches fiquem um brinco. É um notável trabalho de responsabilidade social e a festa é o ponto alto dos eventos. Sempre animada e prestigiada, já caiu no gosto dos brasilienses. Além disso, a decoração é cativante”, ressaltou o diretor-presidente do Correio, Álvaro Teixeira da Costa.

Correiobraziliense.com.br

quarta-feira, 23 de junho de 2010

Hackers do bem

Depois de pensar em soluções que dão suporte para a população em desastres como os ocorridos no Haiti e Chile, chegou a vez da equipe do RHoK - Random Hacks of Kindness produzir projetos focados nas necessidades de metrópoles brasileiras, como São Paulo. O último encontro rendeu bons frutos. Entre as propostas estão sistemas que podem ajudar na indicação de um abrigo para o deslocamento de pessoas afetadas por uma enchente, e até mesmo mobilizar a comunidade na denúncia de depredações e lixos jogados em vias públicas.

O RHoK São Paulo 2010 marca a primeira edição do evento no Brasil, cerca de 30 programadores estiveram reunidos nos dias 5 e 6 de junho, na capital paulista para discutir soluções para os principais problemas da cidade. Entre os participantes esteve o consultor de desastres da prefeitura de São Paulo, Marcos Antonio Guimarães. Para o patrocinador do encontro o Prof. Dr. Wagner Bronze Damiani, CEO da B2 - Business Brain, e professor da Escola de Administração de Empresas de São Paulo da Fundação Getúlio Vargas e da Marriott School of Management da Brigham Young University, que conheceu projetos desenvolvidos pelo grupo em outros países, esta é uma iniciativa louvável. “Acredito que as pessoas podem usar seus talentos para transformar a realidade ao seu redor, e a tecnologia é uma grande ferramenta para isso”, diz.

Nesta edição brasileira foram formadas cinco equipes que durante os dois dias se debruçaram na condução de projetos para as principais dificuldades da metrópole. Um corpo de jurados avaliou as ideias e o projeto Shelter me, foi o ganhador. A proposta que em português significa “me abrigue”, tem como objetivo ajudar na localização de um abrigo próximo a um desastre. A pessoa que teve a sua casa invadida pela enchente ou que sofreu deslizamento envia uma mensagem via SMS para um número do shelter me e receberá uma resposta com o endereço de um abrigo próximo. Para torná-lo ativo o próximo passo será alimentar o banco de dados com as informações de abrigos e em seguida tornar acessível os contatos do projeto para a população. Além dos abrigos da prefeitura poderão ser cadastrados no site endereços de voluntários. Por exemplo, quem tiver interesse pode cadastrar sua casa ou um imóvel que possa se tornar um abrigo temporário.

O segundo colocado foi o projeto Urban Fact, que mobiliza a população a denunciar depredações, pichações e lixos jogados pela cidade. A ideia é tornar esses fatos públicos na rede, e para isso basta fazer um registro em foto ou vídeo e divulgar nas redes sociais como o twitter com a hashtag #urbanfact, ou em português, #fatorurbano.

A equipe do RHoK nasceu da união de profissionais vindos da Google, Microsoft, Yahoo!, NASA e do Banco Mundial, que se organizaram para criar as "hackathons" – maratonas de codificação de software em finais de semana, reunindo os melhores e mais brilhantes desenvolvedores de todo o mundo que doam seu tempo e talentos para resolver os problemas do mundo real. E isso não é tudo. Os hackathonstambém são competições de codificação (codejams). As soluções vencedoras são selecionadas por um painel no final do evento, e as equipes vencedoras são reconhecidas no site do RHoK, e tem o direito de se chamarem "RHoKstars" para sempre.

ORandom Hacks of Kindness trata de "hacking para a humanidade" - a criação de soluções reais para os desafios globais que podem ser implementadas de fato. Em novembro passado, o Random Hacks of Kindness recebeu a sua primeira hackathon em Mountain View, Califórnia. Após uma semana de maratona de codificação, um painel de juízes selecionou as melhores soluções para ganhar prêmios. Essas soluções foram posteriormente implementadas após o terremoto devastador no Haiti e no Chile.

Pautasocial.com.br

segunda-feira, 21 de junho de 2010

Descoberto hominídeo bípede mais antigo que Lucy

Cientistas dos Estados Unidos parecem ter encontrado um dos ancestrais mais antigos do fóssil Lucy, o primeiro e mais famoso exemplar descoberto de hominídeo que caminhava ereto.

As partes de esqueleto encontradas são de um indivíduo da mesma espécie de Lucy, um Australopithecus afarensis. Ele é, porém, 400 mil anos mais velho que Lucy, datado de aproximadamente 3,6 milhões de anos. A descoberta foi feita na Depressão de Afar, na Etiópia.

Ele tinha 1,5 metros de altura. Era, portanto, 50 centímetros maior que Lucy. Foi chamado de "Kadanuumuu", que significa "homem grande" na língua Afar. "Esse individuo era bípede e tinha habilidade de andar como homens modernos", disse o autor do estudo, Yohannes Haile-Selassie, do Museu Cleveland de História Natural. Desde a descoberta de Lucy, vários outros Australopithecus afarensis foram encontrados.

A descoberta será divulgada na edição de terça-feira (22/06) da Proceedings of the National Academy of Sciences.

Fonte: Folha.com

HQ sobre Aids, gravidez e homossexualidade será distribuído em escolas públicas

Uso de camisinha, preconceito contra homossexuais, uso de álcool e drogas e prevenção da gravidez são temas de uma série de HQs ilustradas por desenhistas da Marvel que serão distribuídas em escolas públicas que fazem parte do programa Saúde e Prevenção nas Escolas (SPE).

O lançamento ocorreu na terça-feira (15/06), com a presença do ministro da Saúde José Gomes Temporão e o representante da Unesco no Brasil, Vincent Defourny.

Desenhistas renomados como o brasileiro Eddy Barrows, atual desenhista do Superman (DC Comics), ilustraram as revistinhas. Eddy já emprestou os traços para Lanterna Verde e Spawn. Ilustrações de Júlia Bax, Edh Muller e Yure Garfunkel também podem ser vistas nas HQs.

Um guia para utilização em sala de aula pelo professor e um CD-ROM complementar – com jogos, perfil dos ilustradores, wallpapers e idéias de aplicação do material em sala de aula – vão auxiliar nos debates.

Veja trechos e imagens das revistas aqui.

Criado em 2003, o SPE é uma iniciativa dos ministérios da Saúde e da Educação, com a parceria da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), do Fundo de População das Nações Unidas (Unfpa) e do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef).

O programa tem como objetivo desenvolver estratégias para redução das vulnerabilidades de adolescentes e jovens por meio de atividades de prevenção das doenças sexualmente transmissíveis (DST) e da infecção pelo HIV. O programa envolve a participação de adolescentes e jovens (de 13 a 24 anos), professores, diretores de escolas, pais de alunos e gestores municipais e estaduais de saúde e educação.

Atualmente, o SPE tem grupos de trabalho integrados entre saúde e educação em aproximadamente 600 municípios.

Redação UOL Ciências e Saúde

quinta-feira, 17 de junho de 2010

Estreia hoje (17) programa otimista na TV Globo

Um programa de TV que mostra histórias de vida legais por todo o Brasil é muito legal por mostrar o lado bom do nosso mundo e por ser um espaço na grande mídia que foge da onda de tragédias e calamidades... Ponto para a iniciativa!

Estreia nesta quinta-feira (17) “Brasileiros”, o novo programa jornalístico da Rede Globo. Através das reportagens de Edney Silvestre, Neide Duarte e Marcelo Canellas, os telespectadores conhecerão a cada semana a história de uma pessoa que mudou o dia-a-dia de outras.

No primeiro episódio, que começa às 23h50, o jornalista Edney Silvestre viaja até a pequena cidade de Paracuru, no Ceará, para contar a história de Flávio Sampaio, um filho de pescador que ainda criança decidiu que queria ser bailarino. Apesar das dificuldades e da falta de apoio do pai, ele levou o sonho adiante, cresceu, estudou e conseguiu chegar ao grupo de balé do Theatro Municipal do Rio de Janeiro.

Muitos anos depois, já aposentado, ele voltou à pequena Paracuru e ficou preocupado com a quantidade de jovens que passavam os dias sem ter nada para fazer. Veio, então, nova decisão: Flávio fundou uma escola de dança no local. A ação transformou a vida da comunidade. Hoje, 200 jovens – filhos de lavradores e pescadores – estão aprendendo balé na escola de Flávio.

Dirigido por Teresa Cavalleiro e Maria Thereza Pinheiro, Brasileiros privilegia os depoimentos dos entrevistados, em comparação às gravações em off, e terá nove episódios.

Mais informações sobre casas feitas com garrafas PET


Atendendo a pedidos, o nosso blog foi atrás de mais informações sobre as casas feitas com garrafas PET. Nossos colegas do super blog http://www.mdig.com.br/ descobriram mais detalhes sobre a técnica de construção super inovadora, legal e sustentável que publicamos aqui no dia 31 de Maio.

Com todos os devidos créditos a eles, publicamos aqui as informações mais detalhadas sobre esta nova tecnologia de construção. Estas informações são acompanhadas por muitas e variadas fotos. Acompanhe abaixo a reprodução das informações e veja que legal é esta ideia!!!

Como é a temperatura em uma casa feita com garrafas PET?
Em geral pode-se dizer que é um desenho bioclimático, o que significa que quando estiver frio lá fora, dentro será quente e vice-versa.

Quanto custa construir uma casa com garrafas PET em relação a construção convencional?
Normalmente podemos dizer que o custo baixa entre 40% e 60 %, com respeito ao preço da construção tradicional, dependendo do tipo de obra que estamos construindo.

Que tipo de garrafas podem ser usadas?
Em geral pode-se usar todo tipo de garrafas plásticas, o único segredo é ter a quantidade suficiente para terminar a obra. Podem ser usadas diferentes garrafas em uma obra, mas não devem ser misturadas na mesma parede.

Como construímos as colunas e qual a proporção da mistura?
Nas colunas podem ser usadas garrafas de 500 ou 600 ml formando um círculo de 11 garrafas. No centro amarramos entrelaçadamente os gargalos com sisal ou nylon. A mistura pode ter uma proporção de 1:6:0,5 (1 de cimento, 6 de areia e meia de cal), mas muitos projetos mais simples usam somente barro para construir as paredes e colunas.

Como se amarram as garrafas em uma parede?
Usa-se sisal ou fios de nylon normalmente utilizado na agricultura. Devemos amarrar cada garrafa entre si como se fosse uma rede tanto nos gargalos quanto na base da garrafa . A base é entrelaçada dando uma volta com o laço quando a colocamos. Nos gargalos, igualmente, damos uma volta de modo a entrelaçar umas com as outras em uma forma losangular.

Qual a proporção da mistura das paredes?
Nas paredes são usadas normalmente uma mistura de terra com calcário/barro muito similar a argila onde ainda pode ser acrescentada a palha de arroz. A proporção é de 1:6:1 (1 de cimento, 6 de argila e uma de cal). Esta mistura com o cal e cimento serve para evitar problemas em épocas de chuva.

A mistura pode ser ainda a mesma usada para fazer as colunas com uma proporção de 1:6:0,5 (1 de cimento, 6 de areia e meia de cal). Para a construção de cabanas pode se utilizar a mistura com a proporção de até 1:10:0,5 (1 de cimento, 10 de terra e meia de cal).

Como as garrafas são preenchidas?
Usa-se um funil que pode ser feito com o gargalo de uma garrafa menor. Para enchê-las podem ser utilizados quaisquer sólidos como terra, areia, palha de arroz ou trigo e inclusive resíduos de compostagem. O importante é que quanto mais seco é o material, mas fácil se enchem as garrafas.

Pesquisa comprova eficiência das cotas na UnB


Uma pesquisa que analisou o sistema de cotas antes e depois de ser implantando, no segundo semestre de 2004 na Universidade de Brasília, mostrou que comparado a outras políticas de acesso do negro ao ensino superior — que levam em consideração a renda familiar ou o histórico escolar — é o mais eficiente para promover a diversificação de raças dentro da universidade. O acesso à universidade representou também um incentivo à identidade racial, fazendo com que os candidatos e alunos assumam a identidade étnica com mais naturalidade. O estudo revelou ainda que, em relação ao desempenho escolar, a diferença nas notas dos cotistas e não cotistas é menor do que a verificada entre mulheres e homens.

A pesquisa foi iniciada há três anos pelos professores Maria Eduarda Tannuri-Pianto, do Departamento de Economia da UnB, e Andrew Francis, da Emory University, dos Estados Unidos. Os dados divulgados referem-se à primeira parte do estudo, que entrevistou, entre 2002 e 2005, 3 mil alunos cotistas e não cotistas, um universo que corresponde a 40% dos estudantes da UnB nesse período. Os professores pretendem acompanhar os universitários até o ingresso deles no mercado de trabalho. Dados pessoais e familiares foram levantados, mas as questões raciais foram mascaradas dentro dos questionários para fazer um mapeamento dos alunos sem interferências de comportamento e de oportunistas.

De acordo com Maria Eduarda, muitos dos alunos cotistas, de diferentes áreas de graduação, passariam no vestibular convencional porque estão acima das notas de corte do sistema universal. O desempenho deles na universidade, entretanto, é um pouco menor do que a de alunos que ingressaram pelo meio tradicional, mas no decorrer no curso, essa diferença é mitigada.

Em uma escala de zero a cinco, os cotistas têm desempenho 0.14 ponto inferior aos nãocotistas. “A diferença da média geral acumulada é menor do que a comparação entre homens e mulheres”, destacou ela. Se comparar o desempenho de cotista e não-cotista com a mesma nota de entrada no vestibular, a diferença é ainda menor. A diferença cai para 0,08 ponto numa escala de zero a cinco. A pesquisa não mostrou evidências de que houve aumento no esforço para passar pelo sistema de cotas, mas nem trouxe dados que comprovem a redução. “Isso mostra que eles não fizeram corpo mole porque tinham chance reais de passar”, diz a pesquisadora

Igualdade
O professor do Instituto de Artes e coordenador do Núcleo de Estudos Afrobrasileiros da UnB Nelson Inocêncio afirma que o resultado preliminar da pesquisa mostra que a política de implantar as cota está correta. “O discurso de uma possível queda de qualidade do desempenho dos alunos caiu por terra”, diz. Para o professor, quem criticou as cotas raciais fizeram uma presunção negativa que não se confirmou. “É preciso investir mais nas políticas de diversidade. Não adianta afirmar, de maneira enganosa, que as oportunidades são as mesmas.”

Os alunos da UnB encararam o resultado da pesquisa como um confirmação do que eles já sabiam. Johnatan Reis, 20 anos, entrou para o curso de serviço social no ano passado por meio do sistema de cotas. “Quando a gente entra, a matéria e as aulas que temos são as mesmas dos não cotistas. Tenho que fazer o mesmo esforço para passar. O quanto estudei no ensino médio ou a minha nota no vestibular não interessam”, analisa. Para ele, apesar dos resultados equivalentes, os cotistas ainda são estigmatizados. “Muitas pessoas ainda pensam que a nota inferior no vestibular vai se perpetuar ao longo da vida acadêmica do cotista, o que a própria pesquisa desmente”, diz.

Johnatan acredita que o sistema de cotas continua sendo necessário como um mecanismo de inclusão social e racial. “Acho que as cotas são um incentivo para que o negro entre na universidade e para que a sociedade tenha mais profissionais negros. O impulso foi dado e daí para a frente, não importa a cor da pele de um aluno ou a forma pela qual ele entrou.”

Linikker Araújo Conrado, colega de turma de Johnatan, é contrário ao sistema de cotas raciais. Para ele, essa alternativa “nasceu caduca”. Mesmo sendo negro, ele ingressou na UnB pelo sistema universal e defende as cotas sociais, por entender que é um modelo mais abrangente, que beneficiaria um número maior de pessoas que não tiveram oportunidades. “A pesquisa prova que cor não faz a menor diferença”, afirma Linikker.

Pedro Paulo Mendes, 22 anos, estudante de engenharia de redes, compartilha do mesmo entendimento de Johnatan. “Vai mais da pessoa do que da raça. É uma questão de inteligência e de dedicação”, afirma. “Esse estudo mostra que os dois têm capacidades iguais. Mas acho que as cotas são fundamentais para a inclusão social. E, no futuro, haverá igualdade e elas não serão mais necessárias”, projeta.

Ariadne Sakkis

Luísa Medeiros

Correiobraziliense.com.br

Casa do Saber democratiza a leitura


Todos os dias, a moradora da Estrutural Jennifer Oliveira, 6 anos, espera ansiosa pela hora de ir à Escola Classe do Setor Residencial Indústria e Abastecimento (SRIA). Lá, a garota começa a se familiarizar com o alfabeto para aprender a ler. Durante o intervalo, pula corda com as amigas. Quando chega a hora das atividades interdisciplinares, a aluna do 1º ano do ensino fundamental mergulha em páginas com desenhos e figuras coloridas. As ilustrações que ajudam o processo de alfabetização da menina ficam nos livros da biblioteca da instituição, montada pelo projeto Casa do Saber, patrocinado pela Rede Gasol.

O programa leva conhecimento a comunidades carentes e a detentos do Distrito Federal. O Centro de Detenção Provisória (CDP) do Complexo Penitenciário da Papuda ganhou ontem uma unidade do projeto com 5 mil livros. O espaço atenderá os 1,5 mil internos e também os servidores do local. Das 73 bibliotecas, 10 atendem detentos. “Mudamos o comportamento no Presídio Feminino do Gama”, orgulha-se o gestor do projeto, Antônio Matias. A meta é inserir salas como essas em todo o sistema penitenciário do DF.

Segundo ele, a ideia da Casa do Saber surgiu a partir de uma campanha de arrecadação de livros promovida por funcionários da Gasol. Depois de recolhido, o material era doado para a Secretaria de Educação. “Percebemos que o destino final não estava sendo cumprido e decidimos mudar”, relembra Matias. Foi assim que o projeto avançou, passando da doação de publicações para a construção de bibliotecas. “Mas não é só montar uma sala. Precisamos de técnicas para fazer a iniciativa dar certo”, explica.

Com o apoio da Associação dos Bibliotecários do DF e de outras entidades, a iniciativa completa três anos em agosto. A primeira Casa do Saber foi inaugurada em uma escola pública do Lago Oeste. O acervo da biblioteca chega hoje a 16 mil livros. “Na semana passada, fui até lá e vi 25 alunos usufruindo do espaço. Também notei que vários livros estavam emprestados”, relata. Segundo Matias, hoje, aproximadamente 160 mil pessoas são atendidas pelo programa.

Educação
A diretora da Escola Classe do SRIA, Consuelo Cintra, acredita que a biblioteca do local, batizada de Casa dos Sonhos pelos próprios estudantes, trouxe melhorias para o ensino dos 165 alunos da instituição. “Os professores ganharam um lugar para contar histórias e realizar outras atividades”, explica. Consuelo conta que, antes da inauguração da Casa do Saber, a sala de leitura do colégio funcionava de forma precária. “Não havia nem mesas e tínhamos poucos livros. Agora, conseguimos enriquecer o nosso acervo”, justifica.

Há, no espaço, livros didáticos e de literatura infantil. A presidente da Associação dos Bibliotecários do DF, a coordenadora técnica do projeto, Iza Antunes, conta que antes de idealizar uma nova unidade, a equipe analisa o perfil dos futuros usuários e define as obras mais indicadas àquele público. A instituição beneficiada precisa somente ter o espaço livre e disponiblizar um funcionário para administrar o local. De acordo com ela, a Gasol promove cursos de capacitação para os interessados em atuar na área, com aulas ministradas por profissionais da associação.

“Nunca compramos um livro. O acervo é todo formado por doações”, conta Matias. O coordenador operacional do projeto, Rivelino Braga, calcula que aproximadamente 20 mil livros sejam arrecadados por mês somente no DF. As cidades de Cascavel (CE) e Impertariz (MA) também já ganharam unidade do projeto. Além disso, a Casa do Saber enviou 20 mil publicações para Angola. “Pretendemos integrar o material todo em uma mesma rede”, adianta Rivelino.

O projeto em números
73 - número de bibliotecas
10 - bibliotecas em presídios do DF
1,6 milhão - Quantidade total de livros
160 mil - Pessoas atendidas por mês

FAÇA SUA PARTE
A Casa do Saber precisa atualmente de livros infantis, mas publicações de outros assuntos também são bem-vindas. As doações podem ser feitas nos postos de combustíveis da Rede Gasol.

A equipe do projeto também busca o material no local determinado pelo doador mediante agendamento pelo telefone: 0800 61 4553.

Correiobraziliense.com.br

quarta-feira, 16 de junho de 2010

Móveis orgânicos


Não é de hoje que se fala em personalizar ambientes, conferindo a eles um toque de exclusividade. Uma boa alternativa para isso é a utilização de materiais reciclados, que surtem efeitos especiais. Entretanto, ainda há um certo receio no uso desse tipo de recurso no design de interiores.

Mas, por que materiais tidos como marginais, mas com características extremamente sustentáveis, não podem ser reconhecidos e valorizados como produtos bonitos? Foi partindo dessa pergunta que o professor e designer mineiro Camilo Belchior criou móveis inéditos, totalmente desenvolvidos em compensado de madeira. As peças fazem parte de um projeto que ele batizou de organicus.

De acordo com Camilo Belchior, nossa sociedade tem um certo preconceito quando se fala em materiais reciclados e o compensado, um material composto - feito a partir de outros materiais - ficou como aquilo que não deve aparecer. Mas o trabalho do designer prova o contrário. Os móveis comprovam que é possível dar aos materiais a possibilidade de se tornarem produtos desejados. A forma de todos eles busca as curvas orgânicas, daí o nome.

Com um processo de produção que o designer diz ser simples, as chapas de compensado são coladas, formando blocos que depois são torneados. Outra opção é desenhar os perfis nas chapas de compensado e depois colá-los um a um, até formar o móvel. O compensado fica à vista, dando um efeito muito bonito e interessante. O resultado são móveis futuristas, que remetem aos anos 1950.

As peças são produzidas artesanalmente em uma marcenaria que trabalha com exclusividade para atender a demanda de móveis desenhados por arquitetos e decoradores.

Redação - Estado de Minas
Correiobrasiliense.com

Guia mostra lado social dos jogos da Copa

A primeira Copa do Mundo realizada na África traz um número recorde de seleções do continente: além das cinco vagas destinadas às nações da região desde 1998, há a reservada para a sede, África do Sul. Por isso, aumentam as expectativas de que esses países, em maior número e jogando em casa ou perto de casa, obtenham o melhor resultado do continente na história dos Mundiais. Dos 18 campeonatos anteriores, os africanos estiveram presentes em 11, e chagaram no máximo até as quartas de final (Camarões, em 1990, e Senegal, em 2002).

É nesse desafio que estarão de olho torcedores de várias partes do mundo a partir desta sexta-feira, em especial os africanos, sobretudo os das seleções que participam da Copa (Argélia, Camarões, Costa do Marfim, Gana e Nigéria, além da África do Sul).

O continente, no entanto, enfrenta outros desafios, ainda mais difíceis e ainda mais importantes. É sobre esses que se debruça um guia alternativo para a Copa, chamado Scoring for Africa (“marcando gols para a África”, em tradução livre), lançado nesta semana por Kofi Annan, presidente do Painel para o Progresso da África e ex-secretário-geral da ONU, e por Didier Drogba, atacante da Costa do Marfim e embaixador da Boa Vontade do PNUD.

O guia analisa as estatísticas sociais e econômicas — e também de futebol — dos países envolvidos nos 12 jogos da primeira fase em que há alguma seleção africana. Assim, ao lado da posição dos países no ranking da Fifa, há a colocação em outras listas, como a do IDH (Índice de Desenvolvimento Humano), da percepção de corrupção, do desempenho ambiental e da competitividade. As tabelas dos jogos também trazem números do PIB (Produto Interno Bruto), da emissão de gás carbônico e da expectativa de vida, entre outros. Além disso, é feita uma avaliação dos pontos positivos (os “chutes a gol”) e negativos (“chutes para fora”) na relação entre as duas nações envolvidas em cada jogo, e uma lista de “faltas” cometidas pelos dois lados. O guia traz ainda um “plano de jogo”, com sugestões do que pode ser feito para que a parceria entre os países possa aprimorar o desenvolvimento.

Brasil contra Costa do Marfim

Na única partida entre o Brasil e um país africano na primeira fase (contra Costa do Marfim, em 20 de junho), a tabela mostra que os brasileiros ficam em primeiro lugar no ranking da Fifa, mas em 75º no IDH. O país africano é o 27º no futebol e o 163º no índice criado pelo PNUD. Entre os “chutes a gol” estão a ajuda humanitária brasileira a nações do continente (incluindo Costa do Marfim), a expansão do comércio exterior entre o Brasil e a África e a participação de militares brasileiros da Missão das Nações Unidas para a Costa do Marfim.

Nos “chutes para fora”, o guia afirma que “o Brasil pode fazer mais para compartilhar sua experiência única de desenvolvimento com países como a Costa do Marfim, particularmente nas áreas de transferência de renda, segurança alimentar, educação rural e industrialização”. A publicação aponta ainda que a nação africana está longe de alcançar a maioria dos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio e que o Brasil, embora tenha avançado muito, pode não cumprir algumas metas.

Entre as “faltas”, o guia aponta que o governo provisório marfinense postergou várias vezes a realização de eleições, que nos dois países o combate ao comércio ilegal de joias é fraco e que ambos “não têm sido capazes de deter as altas taxas de desmatamento”.

Jogo injusto

Na apresentação, Kofi Annan e Didier Drogba fazem uma cobrança enfática aos países ricos. “O fato é que muitos países africanos e em desenvolvimento ainda estão em grande desvantagem. Eles não têm permissão de competir internacionalmente em um campo nivelado, com um árbitro imparcial e uma série de regras e normas claras e aceitas. Longe disso; de fato, eles têm sido pesadamente penalizados. O que seria um escândalo no mundo do futebol é ainda algo comum na sociedade das nações”, escrevem os dois.

Eles criticam, por exemplo, que os países pobres não têm responsabilidade nas mudanças climáticas, mas são os que mais sofrem com elas. Reclamam também das regras em áreas como mercado exterior, tecnologia, recursos financeiros, migração e direito autoral, que “tornam ainda mais difícil” a tarefa de promover o desenvolvimento.

“Jogadores e torcedores, sejam de Midrand, Manila, Manchester ou Montevidéu,entendem a importância do jogo justo e de um árbitro imparcial. Nós acreditamos intensamente que esse entendimento não deveria se limitar ao modo como os países jogam, correm e marcam gols uns contra os outros, mas também ao modo como eles fazem negócios e política uns com os outros; que o espírito da Copa do Mundo deveria ser estendido às relações econômicas e políticas entre os países; que a celebração de nossa humanidade comum não deveria se limitar a um mês a cada quatro anos”, afirmam Annan e Drogba.

Acesse o guia (em inglês):
http://www.africaprogresspanel.org/worldcup/APP_World_Cup_2010_Guide_June_7_Final_OK.pdf

Da PrimaPagina

segunda-feira, 14 de junho de 2010

TSE decide que Ficha Limpa vale para eleições 2010

O Tribunal Superior Eleitoral decidiu nesta quinta-feira, por 6 votos contra 1, que a Lei da Ficha Limpa valerá para as eleições deste ano.

A dúvida sobre a aplicação ou não da nova legislação já nas eleições de outubro era uma das principais polêmicas após sua aprovação e havia sido alvo de uma consulta feita pelo senador Arthur Virgílio (PSDB-AM) ao TSE.

Fruto de um projeto de iniciativa popular que teve o apoio de mais de 1 milhão de assinaturas, a Lei Ficha Limpa foi aprovada pelo Congresso em meados de maio e sancionada pelo presidente Lula na semana passada.

A legislação determina que pessoas que com condenações criminais em órgãos colegiados (ou seja, compostos por mais de um juiz) fiquem impedidas de registrar candidatura, mesmo que ainda caiba recurso contra a condenação. A candidatura só será possível com obtenção de uma liminar.

Além disso, a nova lei estabelece que, após o cumprimento da pena, o prazo para que o candidato se torne elegível novamente é de oito anos.

Também ficarão inelegíveis por oito anos presidente, governadores, prefeitos, deputados e senadores que, ameaçados por um processo, decidirem renunciar para não perderem seus mandatos.

Rodrigo Durão Coelho
BBC Brasil

sexta-feira, 11 de junho de 2010

Reformada, biblioteca Paulo Setúbal inaugura teatro com peças infantis

Três espetáculos infantis serão encenados nos próximos fins de semana no novo teatro da biblioteca Paulo Setúbal, na zona leste de São Paulo. A programação inaugural é no sábado (12) e no domingo (13), com "Por que o Mar Tanto Chora?".

A peça é encenada pelo grupo As Meninas do Conto --formado por Simone Grande, Fabiane Camargo e Norma Gabriel--, que conta a história de uma princesa que nasce com uma cobra enrolada no pescoço.

O novo teatro Zanoni Ferrite recebe o nome do ator que morou no bairro da Vila Formosa. Com acesso para portadores de deficiência e mobilidade reduzida, é uma das novidades da biblioteca, que ganhou um calçadão e mudou a distribuição dos departamentos internos. Hoje, no térreo, pode receber eventos como exposições e saraus.

As próximas apresentações, sempre no horário das 16h, são "Tarde de Palhaçadas", nos dias 19 e 20, e "Tic Tac", nos dias 26 e 27.

Folha.com.br

Projeto busca tirar jovens da trilha da violência


Adolescentes participantes do Protejo, programa do Ministério da Justiça, aprendem no picadeiro que a vida pode ser bem diferente da realidade das cidades onde vivem, consideradas as mais violentas do DF.

Robson Gomes de Oliveira é um rapaz esguio e habilidoso. Tem 20 anos. A maior parte deles vividos na Estrutural. Tem 13 irmãos. No começo, quando não conhece com quem conversa, fala baixo e pouco. Depois de verificar o caráter do outro, conta com desembaraço os problemas que já teve ou que ele mesmo criou. Não demonstra autopiedade tampouco vanglória. Passa a impressão de que sabe o que é certo e errado e que, há pouco tempo, finalmente pôs os pés no chão. Robson esteve em maus lençois no passado. Usou drogas, abandonou a escola, farreou muito e nunca pensou que o futuro lhe reservasse grande coisa. Até o dia em que um carro de som passou por ele anunciando a abertura das inscrições, na Estrutural, para o Projeto de Proteção de Jovens em Território Vulnerável (Protejo), do Ministério da Justiça, executado pela ONG Saber. Uma descrição acurada da situação dele. Resolveu tentar a sorte e se cadastrou.

“Pensei que eu não ia conseguir. Muita gente queria”, admite. Contrariando o prognóstico, seu nome constava da lista de aprovados. A proposta do Protejo é tirar os jovens da trilha da violência usando a educação, a cultura e o esporte. O programa está presente na Estrutural, no Itapoã e em Arapoanga — consideradas as cidades mais violentas do Distrito Federal — e tem oficinas dos mais variados temas, além de aulas de informática. “Quando entrei, tinha gente que morria de medo de mim”, revela. Fez algumas oficinas, mas se encantou pelas aulas de hip-hop. O Protejo auxilia os alunos com uma bolsa de R$ 100 por mês.

Foi curto o tempo que ele levou para mudar de atitude: “Eu estava perdido antes de entrar no curso. Depois, comecei a me afastar de pessoas que faziam coisas erradas, que não queriam nada com a vida”. A escolha foi sábia. Mais de um ano depois, seu desempenho foi tão satisfatório que Robson foi convidado a participar de uma oficina e se apresentar na Universidade Livre do Circo, a Unicirco, criada pelo ator e notório circense Marcos Frota e atualmente montada ao lado da Biblioteca Nacional. “As pessoas com quem eu andava naquela época morreram ou estão presas”, diz. Robson se salvou. Na quarta-feira, jogou capoeira pela primeira vez na Unicirco para uma plateia de 2.500 pessoas. “Tem sido uma experiência maravilhosa. Posso aprender cada vez mais.”

O Robson de antes são águas passadas. O circo vai embora na segunda-feira e, se ele pudesse, iria junto. Mas vai ficar e, pela primeira vez, ele tem planos para o futuro. Quer voltar a estudar — só chegou até a 8ª série — e ter uma profissão. “Quero fazer o curso de vigilante. Quero fazer tudo certo daqui pra frente.” Se um dia ele foi considerado má companhia, hoje ele tem convicção de que é um exemplo de superação.

Sui generis
O picadeiro no qual Robson executa piruetas e mortais é o mesmo em que Helber Rocha de Oliveira ginga bolas ou claves em malabarismos. “Eu sou essa peça rara aqui”, se autodenomina o jovem de 18 anos. Faceiro e sorridente, ele faz as manobras com os três elementos parecer muito fácil. Talvez porque para ele tenha sido. Dominou os malabares em uma semana. Gostou tanto que levou o equipamento para treinar em casa, em Arapoanga, um dos bairros de mais alta criminalidade em Planaltina.

Helber, assim como os 1.783 adolescentes atendidos pelo Protejo entre janeiro de 2009 e fevereiro deste ano, conhece de perto a violência. Aprendeu com as oficinas e com a Unicirco que as escolhas certas podem levá-lo a um lugar melhor. “O Protejo me ensinou a persistir, a ir até o fim. A acreditar que as coisas podem ser diferentes. Meu pensamento mudou, minhas amizades mudaram”, afirma. Helber voltou a estudar, quer terminar o 2º grau. Hoje, ele pode fazer malabarismos, mas agora sabe que não precisa passar o resto da vida se equilibrando em uma corda bamba. Quer crescer e jura que vai investir em um sonho antigo: ser professor de Educação Física.

Filho de Marcos Frota e diretor artístico do circo, Apoena Frota acredita no potencial transformador da arte. “A Unicirco tem um mote: um projeto artístico com atitude social. A gente tem a pedagogia da convivência, você está o tempo todo aprendendo. Por onde a Unicirco passa, a gente propõe essa filosofia. O Protejo e a Unicirco têm uma afinação de alma”, analisa. Segundo o coordenador artístico e pedagógico dos espetáculos, Richard Moreno, muitos jovens do Protejo chegam ao circo sem acreditar que vão conseguir fazer o que os profissionais fazem, mas, com o incentivo certo, chegam lá. “Ver esses meninos fazendo malabares com apenas duas semanas de prática, isso prova um ponto para nós e para eles. Mostra que eles são capazes”, diz.

Ariadne Sakkis
Correiobraziliense.com.br

quinta-feira, 10 de junho de 2010

Carro solar corta maior estrada de gelo do mundo

O brasileiro Marcelo da Luz, que começou há dois anos uma volta pelo continente americano a bordo de um carro solar, conquistou mais um feito. Acaba de rodar com sua máquina, o XOF1, pela estrada de gelo mais longa do mundo. Ele partiu de Ynuvik e foi até Tukyoyaktu, duas cidades do Canadá perdidas na extensa planície de gelo do norte do continente americano. O XOF1 resistiu ao clima inóspito e à baixa incidência de raios solares da região e percorreu cerca de 150 quilômetros.

Agora, Luz planeja sua chegada até o Brasil. A viagem é ambiciosa. Será preciso cortar todo o continente usando apenas a energia que vem do Sol. Mas Luz acha que vale o risco: o feito lhe ajudará a mostrar como é possível rodar por aí usando fontes de energia renovável e que não emitem gás carbônico.

Marcela Buscato

http://colunas.epoca.globo.com/planeta/2010/06/10/carro-solar-corta-maior-estrada-de-gelo-do-mundo/

Robinho mostra cartão vermelho para o trabalho infantil

Às vésperas da estreia na Copa do Mundo de Futebol, o atacante brasileiro Robinho é uma das estrelas de uma campanha da Organização Internacional do Trabalho, OIT, pela eliminação das piores formas de trabalho infantil no Brasil.

Uma foto do jogador segurando um cartão vermelho está sendo distribuída pelo país para alertar sobre o problema.

Piores Formas

A campanha faz parte do Dia Mundial de Combate ao Trabalho Infantil, celebrado no próximo sábado, 12 de junho.

Segundo a OIT, mais de 60 países organizam eventos para marcar a data. A agência da ONU também lançou um apelo pelo fim das piores formas de trabalho infantil, uma meta mundial estabelecida para 2016.

O diretor-geral da Organização Internacional do Trabalho, Juan Somavia, disse que é preciso buscar inspiração na Copa do Mundo, já que cerca de 215 milhões de crianças trabalham para sobreviver e educação e diversão, para elas, não existem.

Roteiro

Em Conferência em Haia, na Holanda, há um mês, delegados de 80 países concordaram em estabelecer roteiro, com uma série de ações necessárias por parte de governos, sociedade civil, não governamental e organizações internacionais, para que a meta seja cumprida.

Daniela Traldi, da Rádio ONU em Nova York.

http://www.unmultimedia.org/radio/portuguese/detail/181110.html

quarta-feira, 9 de junho de 2010

Um mundo bem melhor

Em 1985, Michael Jackson e Lionel Richie compuseram We are the World (Nós somos o mundo), que foi gravada por 45 artistas americanos em prol do combate à fome na África.

25 anos depois, esta mesma música foi regravada para ajudar as vítimas do terremoto que abalou o Haiti e causou danos tanto ao país quanto ao coração de seu povo. O Brasil também marca presença neste momento, ao seguir a iniciativa de outros grupos ao redor do mundo que fizeram suas próprias versões da música We Are The World 25 for Haiti.

O projeto Um Mundo bem Melhor - versão brasileira do movimento, idealizada pelos músicos e produtores brasilienses Walter Amantéa e Hudson Borges - tem propósito mais abrangente do que ajudar as comunidades do Haiti e do Chile, prejudicadas pelos fortes terremotos dos últimos meses. O movimento visa também colaborar com campanhas de solidariedade e amor ao próximo, mobilizações e ações em prol da construção de um Brasil ambientalmente sustentável, livre da fome e da miséria.

Com uma versão em português da canção, e com a participação de dezenas de grandes artistas de Brasília, o projeto busca sensibilizar as pessoas para o fato de que cada um é responsável por construir um mundo melhor.

As gravações do projeto Um Mundo Bem Melhor aconteceram nos estúdios da 7Produções (solistas), no Espaço Cultural Renato Russo (grande coro), e no Templo da LBV (coro das crianças), todos em Brasília/DF.

http://www.ummundobemmelhor.com.br/VersaoBrasileira.aspx

Dica da Otimista Clarice Marinho


terça-feira, 8 de junho de 2010

O perigo da história única

Acompanhem no vídeo a seguir a interessantíssima história de Chimamanda Adichie, uma escritoria nigeriana que nos alerta sobre o perigo de escutarmos e acreditarmos em apenas uma versão das coisas que chegam até nós.

Muito legal a história que ela conta, as coisas que ela passou, que a fizeram refletir sobre a situação da África e do mundo, em geral.

Esse vídeo está em inglês, mas não é de difícil compreesão. Quem puder, não pode deixar de ver. Excelente exemplo a ser seguido.


segunda-feira, 7 de junho de 2010

Férias para trabalhar como voluntário

Trabalhar como voluntário em um projeto social durante as férias é uma oportunidade muito legal de ver a realidade do mundo!

Viagens que incluem participação em projetos de assistência social ou de conservação ambiental

Cidade do Cabo e Cintsa, África do Sul
por Renata Barbosa
“Há vários projetos voluntários na Cidade do Cabo, que envolvem desde trabalhos com animais a voluntariado com crianças carentes. Em Cintsa há um projeto com alunos das escolas. Lá, é possível ensinar inglês, computação e gastronomia para crianças carentes.”
Quando ir: “O ano todo”.
Por quanto tempo: ”Mínimo de 15 dias”.
Custo: hospedagem a partir de US$ 1.360, mínimo de 15 dias, pela CI. Passagem a partir de US$ 843.
Burocracia: não pede visto para viagens de até 90 dias. Requer carta de recomendação do projeto e vacina de febre amarela.
Renata Barbosa é formada em hotelaria trabalha como supervisora operacional da Central de Intercambio (CI), onde se especializou em viagens para trabalhos e estágios.

Florianópolis (SC)
por Marcelo Tosatti
“O Instituto Ekko Brasil faz parte do projeto Ecovolunteer (www.ecovolunteer.org), um site que reúne informações sobre diversas iniciativas de turismo voluntário pelo mundo. O principal objetivo do Ekko é aumentar o conhecimento sobre a lontra de rio e sua preservação no Brasil. O projeto desenvolvido pelo instituto combina pesquisa com trabalhos sociais, envolvendo as comunidades da região.”
Quando ir: “O ano todo”.
Por quanto tempo: “Pelo menos 7 dias”.
Custo: a partir de R$ 900 pela Ecovolunteer, inclui seis noites no alojamento.
Marcelo Tosatti coordena toda a logística do Instituto Ekko Brasil, responsável pelos projetos Lontra e Tucanos e que recebe voluntários do mundo todo.

Nepal
por Betty Woodyatt
“Há inúmeras oportunidades de voluntariado no país, incluindo ensino de inglês nas escolas locais, ajuda aos médicos e enfermeiros em postos médicos, renovação de escolas locais ou mosteiros, trabalhos com crianças órfãs e projetos de conservação ambiental próximo ao Royal Chitwan National Park.”
Quando ir: “O ano todo”.
Por quanto tempo: “No mínimo um mês”.
Custo: a partir de R$ 3.426 pela Experimento Intercâmbio Cultural. Inclui cinco semanas de hospedagem. Passagem a partir de R$ 4.223
Burocracia: requer visto, que pode ser tirado em Katmandu, e vacina contra a febre amarela.
Betty Woodyatt é diretora operacional da Experimento Intercâmbio Cultural.

Luciana Florence
G1.com.br

Sem braços e sem pernas, mas gosta de futebol

Apesar de ser parte de uma peça comercial, o exemplo dessa pessoa é muito legal para todos nós!

O australiano Nick Vujicic, famoso por sua história de superação, é o protagonista de uma propaganda de uma companhia sul-coreana de automóveis. No vídeo, o homem sem pernas e braços joga futebol e faz atividades do cotidiano.

"Eu adoro tanto futebol! E eu não jogo tão bem quanto os outros, claro!", diz no início da peça publicitária.

"Na Copa do Mundo, a maioria das torcidas vai experenciar a perda de seus times. Mas, será perder igual a falhar?", questiona em outro trecho. Depois conclui: "O momento em que eu desisto é o momento em que eu fracasso. O fracasso não é importante. Como você o supera é que é".

Nick sofre de focomelia e nasceu sem os membros inferiores e superiores. Atualmente, ele ministra palestras sobre superação em todo o mundo.

Acesse o vídeo da campanha:

http://www.youtube.com/watch?v=0DcqPzO26os&feature=player_embedded#!

Folha.com.br

quarta-feira, 2 de junho de 2010

O menino que consertou o mundo

Sempre vale a pena relembrar essa histórinha legal.

Sustentabilidade Solidária


Buscar locais apropriados para depositar as pilhas e baterias usadas é muito legal!

Este fim de semana tem recolhimento de lâmpadas fluorescentes usadas, pilhas e baterias de celulares, no Pátio Brasil (Brasília/DF).

As lâmpadas fluorescentes têm em sua composição metais pesados como mercúrio, cádmio, bário e chumbo. Quando quebradas, liberam um gás tóxico altamente prejudicial, e por isso devem ser descartadas de forma apropriada. Se muitas delas forem postas em um mesmo aterro sem as condições adequadas, contaminam o solo e, conseqüentemente, os lençóis freáticos, com prejuízos ao meio ambiente e à saúde.

Para ajudar a evitar isso, foi montado no Pátio Brasil um EcoPonto. Lá, durante os últimos fins de semana de cada mês, o shopping recebe lâmpadas fluorescentes usadas, pilhas e baterias de celulares, em sua Praça Central. O local tem funcionários treinados para receber os resíduos. Em seguida, o material é transportado por um carro especial até o depósito, também construído com especificações técnicas para o acondicionamento correto das lâmpadas, já que devido à sua composição, este tipo de lâmpada deve ser guardada de forma a evitar que ela se quebre. O recomendado é que elas sejam acondicionadas em caixas de papelão ou plástico bolha e separadas uma a uma.

Após recolhido, o material é encaminhado a uma empresa especializada em descontaminação e reciclagem em outro estado, já que o Distrito Federal não dispõe deste serviço. Abaixo, o calendário de recolhimento das pilhas , baterias e lâmpadas:

EcoPonto - Coleta Seletiva de lâmpadas fluorescentes, pilhas e baterias de celular
Datas de funcionamento do serviço em 2010:

Maio: 29 e 30
Junho: 26 e 27
Julho - Agosto: 31/07 e 01/08
Agosto: 28 e 29
Setembro: 25 e 26
Outubro: 30 e 31
Novembro: 27 e 28
Dezembro: 26
Horário: sábados das 10h às 22h e aos domingos, das 12h às 20h
Local: Praça Central - Pátio Brasil Shopping
Dica da Otimista Elisa Coutinho

terça-feira, 1 de junho de 2010

Estudo mostra importância de áreas protegidas na redução de CO²


Iniciativas eficientes voltadas para a redução da emissão de CO² na atmosfera sempre são muito interessantes, construtivas e importantes.

Foi divulgado nesta semana artigo científico que demonstra que as áreas protegidas (APs) da Amazônia são efetivas para reduzir a emissão de carbono para a atmosfera, por desmatamento evitado. O artigo, preparado por pesquisadores brasileiros e americanos, foi publicado no prestigioso periódico Proceedings of the National Academy of Sciences (PNAS).

De acordo com a pesquisa, as áreas protegidas - que englobam as terras indígenas, as unidades de conservação de uso sustentável e as unidades de conservação de proteção integral - abrigam 54% das florestas remanescentes da Amazônia Brasileira. Para definir o quanto as APs contribuem para impedir a emissão do carbono armazenado na floresta para a atmosfera, os pesquisadores analisaram os efeitos de cada uma das 595 áreas protegidas da Amazônia sobre o desmatamento. A conclusão é que, entre 1997 e 2008, o conjunto de APs demonstrou efeito de inibição do desmatamento. Das áreas protegidas criadas depois 1999, 115 se mostraram efetivas imediatamente após terem sido decretadas.

Ainda de acordo com o artigo, a recente expansão do número de áreas protegidas na Amazônia foi responsável por 37% do total de redução de 13,4 mil km² no desmatamento entre 2004 e 2006. É importante registrar que, nesses casos, não houve vazamento, ou seja, a criação de novas APs não desviou o desmatamento para outros lugares, e sim evitou de fato que novas áreas fossem desmatadas.

As estimativas do estudo apontam que, além das APs, mudanças no ciclo econômico contribuíram com 44% da redução do desmatamento na Amazônia, enquanto 18% podem ser atribuídos a outros fatores, como fiscalização mais intensiva pelo governo federal. Essas projeções foram feitas a partir de um modelo econométrico de previsão do desmatamento com base nas mudanças das condições socioeconômicas.

Potencial de evitar emissões
De acordo com este estudo, os cientistas calculam que as APs da Amazônia, se plenamente implementadas, poderiam evitar a emissão de 8,0 (±2,8) bilhões de toneladas de carbono até 2050.

No entanto, implementar as 595 áreas protegidas já existentes representará um custo considerável para o Brasil, calculado em cerca de US$ 147 bilhões. Esse valor compreende os investimentos necessários para a consolidação das APs e os lucros que o país deixará de obter ao abrir mão de atividades econômicas na região até 2050.

As florestas tropicais, entre elas a Amazônia, exercem um papel crucial no sistema climático mundial, por armazenar grandes quantidades de carbono. Por essa razão, os pesquisadores afirmam que o custo de manutenção das áreas protegidas brasileiras deveria ser parcialmente compensado por um acordo internacional de clima que inclua incentivos para países tropicais que reduzam suas emissões de carbono por desmatamento e degradação florestal.

O estudo foi elaborado por 12 pesquisadores ligados a: Centro de Sensoriamento Remoto da Universidade Federal de Minas Gerais; Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia; The Woods Hole Research Center; WWF-Brasil; e Gordon and Betty Moore Foundation.

Pnas.org

Após tratamento, Fernanda Fontenele, tetraplégica há seis anos, já consegue ficar em pé

Algo só é impossível até que alguém duvide e acabe provocando o contrário. (Albert Einstein)

Seria apenas uma tentativa, mas em nenhum momento ela hesitou. Ninguém disse que conseguiria. Ela acreditou. Oito meses depois da partida, ela está de volta. Uma gente conhecida e desconhecida ajudou. O apartamento onde mora no Sudoeste se encheu de balões e cartazes, desejando boas-vindas. A caminhada será longa. Ela continua sabendo disso. Mas já deu o primeiro passo — que é achar que pode. Conseguiu ficar em pé, com firmeza. Sentiu a força dos joelhos e da coluna ereta. E, como criança que engatinha, redescobriu o prazer de ser mais independente.

Há oito meses, Fernanda não conseguia fazer nada disso. Muito menos banhar-se . O pai, hoje, comemora a nova aquisição da casa. “Saímos para comprar as barras de apoio para colocar no banheiro. Ela agora poderá tomar banho sozinha, em pé”. A mãe, cheia de emoção, repete: “Eu nunca perdi a esperança, sempre acreditei que daria certo”. A moça protagonista desta história, de olhos verdes que falam sozinhos, diz, com verdade impressionante: “A minha fé em Deus e em mim mesma me moveu até aqui”.

Em 12 de maio do ano passado, o Correio contou, com exclusividade, a história da jornalista Fernanda Fontenele e de sua luta para chegar aos Estados Unidos. Ela queria se submeter a um tratamento em San Diego, na Califórnia, que lhe daria mais independência nos movimentos. Aos 17 anos, Fernanda ficara tetraplégica, depois de um acidente de carro, ao voltar de um churrasco com o namorado, um rapaz de 19 anos que apenas sofreu uma batida na cabeça.

A lesão foi na altura das vértebras C6 e C7. Ela se submeteu a uma cirurgia de urgência, no Hospital Santa Luzia (correria o risco de parar de respirar). Três dias depois, a segunda intervenção. Saiu dali com quatro pinos para segurar as vértebras estraçalhadas. Depois, conseguiu uma vaga no Hospital Sarah do Aparelho Locomotor, na Asa Sul. “Foi ali que a ficha caiu e entendi o que era ficar tetraplégica. O Sarah foi fundamental pra eu entender toda a minha lesão medular”, ela diz.

Começou o rigoroso tratamento de reabilitação. Fernanda mudou-se para a unidade Lago Norte do Hospital Sarah. Lá, a mãe parou de trabalhar e dedicou-se integralmente aos cuidados da filha, que precisava de ajuda para tudo. “Um dia, senti um peso na perna”, conta. Dois meses depois, os braços voltaram a dar sinais de vida. Em 90 dias, começou a sentar-se, numa cadeira especial, presa a um cinto de segurança. O começo de uma nova vida.

Era hora de voltar para casa. E recomeçar a vida, em cadeira de rodas. Determinada, fez faculdade de jornalismo. A mãe, Maria Aparecida Fontenele, 56 anos, levava-a todos os dias para a aula. Empurrando a cadeira de rodas, a moça se formou. E cinco longos anos se passaram. Um dia alguém lhe falou sobre um tal Project Walk, técnica baseada num tratamento de fisioterapia que tem como meta a repetição dos movimentos e o otimismo.

Campanha
Fernanda entrou no site do projeto, procurou mais detalhes, perguntou a fisioterapeutas daqui. E decidiu que tentaria. Mas como? A viagem, que demandaria seis meses, iria custar U$ 55 mil (cerca de R$ 112 mil). Era muito. Dinheiro não havia. Foi quando uma amiga teve uma grande ideia. Faria um vídeo, contando a história e a luta da jornalista, e o colocaria na internet. Assim foi feito.

O vídeo parou no YouTube. Com duração de quatro minutos, a história comoveu internautas de todos os lugares do país. O Correio contou o drama de Fernanda na primeira semana em que o filme foi postado. A ajuda veio a galope. “A matéria deu credibilidade à nossa causa. As pessoas viram que era verdade e passaram a ajudar”, agradece o pai, o aposentado Francisco Xavier Fontenele, 55 anos.

Fernanda criou um blog para contar as novidades da sua partida. Festas para arrecadar fundos, festival de tortas, camisetas, peças de teatro com bilheteria doada para a causa, valeu tudo. Cada depósito era um dia a menos de espera. “Teve gente que depositou R$ 5 mil. E gente que colocou centavos. Isso foi o que mais me comoveu”, conta. Três meses depois, a quantia estava arrecadada. Em setembro, Fernanda partiu para os Estados Unidos, com a mãe. Em vez de apenas seis meses, elas ficaram oito. O pai juntou todas as economias para que a filha permanecesse por lá durante mais 60 dias. Valeu a pena.

Sábado, depois de 11 horas de voo, a jornalista chegou a Brasília. Na bagagem, a fé renovada. E a casa cheia de balões. Não, Fernanda não voltou andando. Nem correndo. Nem dando cambalhotas. Desembarcou conduzindo a sua própria cadeira de rodas. Está mais confiante. Fica em pé, sente firmeza no joelho direito e treina a mesma habilidade com o esquerdo. “Lá, aprendi a entender os movimentos do meu corpo”, diz.

E detalha o tratamento: “Eram três horas de atividades diárias. Só folgava às quartas-feiras e nos fins de semana. Eram exercícios em aparelhos, com adaptações também de ioga e pilates. Ganhei mais equilíbrio de tronco, o que é essencial pra ficar em pé”.

Casamento
San Diego não fez bem apenas às pernas e aos braços de Fernanda. O coração também foi acertado. Lá, ela encontrou um rapaz de 22 anos de São Paulo, que, depois de um acidente de carro, ficou tetraplégico, como ela. Felipe Costa conheceu Fernanda ainda pela internet, com o vídeo que contava sua história. Trocaram e-mails, mensagens no Orkut e se encontraram nos Estados Unidos, onde ele procurou tratamento e já começa a se locomover com a ajuda de um andador.

Havia três meses, ele já estava lá, à espera dela. A paixão foi imediata. E o namoro, mais forte do que imaginavam. Apaixonaram-se. Em julho, Felipe virá a Brasília, para o noivado. As famílias se conheceram. E os dois seguem para São Paulo, onde abrirão uma franquia do Project Walk e ali viverão. Diante das novas perspectivas de vida, Fernanda é só emoção: “Eu tive uma oportunidade. Agora, tentarei ajudar outras pessoas, gente que me escreve querendo uma chance de tentar como eu tive. Nunca vou parar de agradecer a todas as pessoas que me permitiram chegar aos Estados Unidos”.

Mais magra, com cabelos mais curtos e uma tatuagem no pulso esquerdo que representa o sol da Califórnia, Fernanda celebrou o amor por Felipe. Hoje, ambos em cadeiras de rodas, sentindo o prazer de engatinhar como crianças, sonham somar forças. Determinada, Fernanda aposta: “Não sei quando, não sei como, mas um dia vou andar. O tempo é de Deus, mas um dia andarei”. E reflete: “Se minhas mãos e meus dedos, que eram mortos, voltaram, por que não as pernas?” Esta é a história de uma moça de 23 anos que reaprendeu a viver. E assim se reinventou . Da forma que pôde.

Marcelo Abreu
Correiobraziliense.com.br

Gordura do leite integral de vaca protege o coração contra infarto

Muito legal essa notícia. O difícil é saber se o leite que bebemos vem de vacas que ficam em pastos ou não, né?

Um tipo de gordura presente no leite de vacas alimentadas com pasto pode diminuir o risco de infartos, segundo pesquisa publicada no "American Journal of Clinical Nutrition".

A versão integral do leite contém uma gordura insaturada chamada ácido linoléico conjugado (CLA, na sigla em inglês) que, além de proteger o coração, ajuda a emagrecer.

Os pesquisadores da Harvard School of Public Health, em Boston (EUA), analisaram dados de 4.000 pessoas. Os 5% com maior concentração de CLA no corpo tiveram 36% menos risco de infarto do que os com menor concentração.

A líder do estudo, Hannia Campos, diz que esse benefício pode compensar os danos causados pela gordura saturada presente no leite integral.

Como nos EUA a maior parte das vacas é criada em confinamento e não no pasto, os pesquisadores coletaram dados na Costa Rica, onde a regra ainda é a criação extensiva.

Eles identificaram 2.000 costa-riquenhos que tiveram infartos não fatais e outros 2.000 que não tiveram e mediram a quantidade de CLA em seus tecidos gordurosos.

Quando isolado das outras gorduras, o CLA diminuiu em até 49% o risco de infarto.

"Leite integral e laticínios em geral ficaram com uma reputação muito ruim nos últimos anos, por causa da gordura saturada e do colesterol, e agora descobrimos que o CLA pode ser ótimo para a saúde", disse Michelle MacGuire, da American Society for Nutrition, que publicou o estudo. "O leite integral não é o vilão."


DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS
No Folha.com.br