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segunda-feira, 28 de junho de 2010

Lixo?! Não, decoração!


Na quitinete do estudante de arquitetura Luis Eduardo Sarmento, 21 anos, clássicos não têm vez. Tampouco aqueles móveis branquinhos, tinindo, saídos das mais descoladas lojas de decoração da cidade. “Quando me mudei para cá, há três anos, minha mãe queria que eu comprasse móveis. Eu não queria nada, aí comprei tudo branco, só o necessário. Pô, sou arquiteto, achei que tinha que usar isso a meu favor. Aí comecei a mudar o cenário”, conta. Aos poucos, os básicos que ele tinha em casa foram dando lugar às próprias criações. Tudo por lá tem um significado, uma história e uma função — mesmo que seja só decorativa, afinal, trata-se da casa de um arquiteto. Detalhe: quase tudo o que integra o ambiente foi, um dia, lixo ou estava pronto para ser descartado.

Da escrivaninha, feita com restos de uma mesa, passando por uma cama e uma porta velhas, aos porta-canetas feitos de latas que guardam as réguas e canetas coloridas do estudante, tudo estaria acumulado em depósitos não fosse a criatividade de Luis Eduardo. Nem a geladeira escapou ilesa — ganhou formas geométricas coloridas imantadas. “Eu mudo de lugar quando quero e as outras pessoas que vêm aqui também podem mexer. É interativo”, explica. A cortina bege já estava lá quando ele se mudou. Mesmo assim, o estudante arrumou um jeito de deixá-la com seu jeito. Restos de chita que sobraram da decoração de uma festa da faculdade foram adicionados. “Eu gosto do colorido. É uma brincadeira com o limite entre o que é cafona e o que é bonito”, justifica. E lembra a ideia dos murais? Pois ele tem dois em casa que não custaram nem um centavo. O primeiro, de fotos, é uma placa de metal de uma antiga mesa. O segundo é a própria parede, na qual os amigos escrevem poemas e recados.

Carolina Samorano
Correiobraziliense.com.br

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