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quarta-feira, 22 de setembro de 2010

Escola celebra o Dia Nacional de Luta da Pessoa Portadora de Deficiência

Música, alegria e muita interação. Foi nesse ritmo animado que os estudantes da Escola Classe 5 do Guará comemoraram, nesta terça-feira (21/9), o Dia Nacional de Luta da Pessoa Portadora de Deficiência, compartilhando experiências com a comunidade, pais e professores. Durante o dia, mais de 500 crianças que estudam na escola assistiram apresentações de artistas locais portadores de limitações física e intelectual, além poder acompanhar exposição de artesanato, aulas interativas sobre inclusão e massoterapia realizada por deficientes visuais. Desses, 25 são alunos especiais, inseridos no ensino regular.

Para a coordenadora do encontro, a psicopedagoga Cristiane Bueno, o sucesso do evento está na reação de cada aluno presente, alegres com as brincadeiras e encontros. “É importante que eles aprendam desde cedo que valorizar o próximo é fundamental, uma questão de respeito e amor. Mais uma vez temos a oportunidade de reforçar que todos somos diferentes e especiais, independentemente das limitações física e intelectual que tenhamos.” Para ela, a interação proporcionada serve para mostrar aos alunos e à sociedade que os portadores de deficiência têm dificuldades e habilidades como todos os outros cidadãos.

Letícia tem 7 anos e convive com alunos portadores de deficiência na Escola Classe 5. Sempre com muito carinho e igualdade, conceitos ensinados pelos professores da escola. Para a mãe, Lidiane Helena de Lima, 35 anos, incentivar no ambiente escolar o valor do respeito vai construir os conceitos básicos de humanidade na vida da filha e das demais crianças. “Acho ótima a iniciativa. É uma troca de experiências importante para os jovens e uma interação para aqueles que nem sempre tem seu espaço reconhecido”, afirma.

Gustavo Machado, 11 anos, é aluno do 4º ano do ensino fundamental e estava animado com o encontro. Quieto e sereno, se divertiu com as mímicas do comediante surdo Waldimar Carvalho – todas realizadas em Libras, a Língua Brasileira de Sinais. Quando questionado sobre a importância desse tipo de debate, o pequeno Gustavo deu a lição: “Acho que todos deveriam aceitar aqueles que são diferentes. Não importa quem é cego, surdo e ou não anda direito. Todos nós somos especiais”, afirma o menino. Gustavo nasceu com Síndrome de Asperger, uma espécie de autismo. Desde que foi inserido ao ensino regular da Escola Classe 5, é reconhecido pelo esforço e pela evolução do quadro. “Ele está cada dia mais atento e se dedica aos estudos, além de ser respeitado pelos colegas de sala”, comenta Cristiane Bueno.

Superação e interação
Gilma de Freitas Carvalho faz bolsas, cachecóis e chapéus em tricô. Cheias de cores, as peças da habilidosa artesã foram apresentadas em um pequeno estande durante o evento para as crianças do Guará. Cega desde os 24 anos, quando sofreu um acidente de carro, Gilma conta sua história e afirma que ser deficiente não é nem nunca foi um obstáculo em sua vida. “Todos nós temos que aprender – ou reaprender, como foi meu caso – a viver de forma diferente. Os planos mudam, mas a vida continua para nos guiar”, afirma otimista.

A artesã, que tem apenas 2% da visão do olho direito, afirma que desde criança conviveu com uma prima portadora de deficiência e que isso a fez enxergar a cegueira de forma diferente. “Se minha prima, que nasceu com paralisia infantil, deu conta de levar uma vida saudável e feliz, por que eu não poderia? A nossa visão sobre o mundo muda completamente. Da mesma forma, essas crianças que hoje têm a oportunidade de conviver com deficientes de perto ganham a chance de ver o mundo com outros olhos. Com olhos de otimismo e igualdade.”

A banda da Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais do Distrito Federal (Apae-DF), composta por seis músicos portadores de deficiência mental, se apresentou na abertura do evento. Leonardo Bleggi, professor de música do grupo, acredita que a oportunidade é importante também para os participantes se sintam inseridos na sociedade. “A maioria dos assistidos pelos projetos da Apae é uma população adulta, entre 30 e 60 anos. Nem sempre eles conseguem oportunidades de trabalho. Momentos como esses são fundamentais para que saiam da rotina e se sintam valorizados”, afirma Leonardo. “Aqui eles não são deficientes que precisam ser tratados com pena. São verdadeiros artistas, recebidos com carinho pelas crianças.”

Rayanne Portugal
Correiobraziliense.com.br

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