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quinta-feira, 29 de abril de 2010
Sem braço, "serelepe" é chamada por seleção olímpica
Percebam um dos aspectos mais legais da reportagem: a convocação é para a seleção Olímpica (pois da Paraolímpica, ela já faz parte).
Bruna Costa Alexandre, 15, faz manobras radicais no skate. Vive andando de bicicleta. E não resiste quando os meninos a convidam para jogar futebol.
Graças à infância que passou brincando na rua, a atleta paraolímpica foi agora convocada para viajar com a seleção olímpica infantil de tênis de mesa, que disputa competições com atletas que têm os dois braços. Embarca hoje para o Peru, onde, a partir de amanhã, representa o país no Campeonato Sul-Americano da modalidade.
"A Bruna tem um potencial a ser trabalhado. Ela tem uma bola forte e bom controle no fundo da quadra [quando está afastada da mesa]", diz Lincoln Yasuda, coordenador técnico de seleções da Confederação Brasileira de Tênis de Mesa.
Mas será no fim do ano, no Mundial paraolímpico do esporte, que realizará um sonho: enfrentará seu espelho, a polonesa Natalia Partyka, 20, atleta paraolímpica que competiu na Olimpíada de Pequim-2008 e que foi ouro na Paraolimpíada.
Apesar de Bruna dizer que não a põe no pedestal, suas reações quando fala dela a traem.
"Como é que a Natalia foi mesmo na Olimpíada?", pergunta a seu técnico, Alexandre Ghizi. Foi ele que a convidou para treinar quando, com 12 anos, a menina foi buscar o irmão na Fundação Municipal de Esportes de Criciúma.
"Ela competiu, mas não pegou pódio", responde ele.
"Não pegou?!", retruca, em tom de surpresa, Bruna.
Estudante do primeiro colegial em Criciúma, em Santa Catarina, Bruna fala com naturalidade sobre a amputação do seu braço direito, aos seis meses. "O médico aplicou errado uma vacina e tive trombose. Meu braço necrosou e tiveram de tirar", diz Bruna, ao dar de ombros ao comentar a morosidade da Justiça no caso. "O processo ainda está em andamento."
Até 2009 Bruna competia estritamente em torneios em Criciúma, onde foi tetracampeã.
Uma grande evolução para quem acreditava que nem a deixariam treinar por não ter um braço. Mas Ghizi enxergou um potencial para "algo mais".
"Para a Bruna crescer, teria de enfrentar rivais de fora do Estado. Era a hora de ela pegar um nível melhor de adversários", argumenta o treinador.
A fórmula para testar Bruna fora de Santa Catarina foi por meio de uma competição paraolímpica. Ela participou do Aberto do Brasil, em São Bernardo do Campo (SP), e, competindo contra jogadores mais velhos, levou prata e bronze.
Logo depois, Ghizi sentiu-se confortável para inscrevê-la em uma competição de abrangência nacional para atletas sem deficiência, o Brasileiro, também no ano passado.
Ganhou a medalha de bronze, e, mais importante, foi notada e convocada pela confederação para a seleção infantil.
Para Ghizi, tal reconhecimento não se tratou de uma surpresa. Ao menos no que se refere à habilidade de Bruna.
Ele explica que há duas formas de se desenvolver aptidão atlética: uma boa educação física na escola ou uma infância com muita atividade física.
"A Bruna passou a infância brincando na rua. Ela jogava bola com os meninos e, às vezes, faz coisas que não faço, como empinar a bicicleta ou manobras com o skate", relata.
"Nosso maior trabalho foi fora da mesa, na parte de educação, respeito, disciplina. A Bruna chegou muito serelepe."
"Este ano será decisivo em sua carreira", argumenta o treinador. "É a fase em que os adolescentes ganham outros interesses. Namoro, por exemplo."
29/04/2010 - 08h22
EDUARDO OHATA
da Reportagem Local - Folha de São Paulo
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