A indústria das próteses articulares tem a missão de aumentar a durabilidade desses implantes e reduzir os transtornos das complexas cirurgias de troca.
Desde os anos 60, pacientes com desgaste nas articulações, em consequência de uma artrose, por exemplo, recebem próteses feitas de material plástico na sua maior parte, que desgasta.
A qualidade evoluiu, mas os pacientes não escaparam das revisões a cada 15 anos, em média. Ou seja, mais cirurgias e inconvenientes.
Com o aumento da expectativa de vida, as próteses de cerâmica que apareceram na década de 90 e as de metal -melhoradas em relação a décadas anteriores- são a esperança para adiar ou até eliminar as revisões.
Em testes de laboratório, o metal e a cerâmica mostraram menor desgaste em relação ao plástico, segundo o ortopedista Geraldo Motta, diretor-geral do Into (Instituto Nacional de Traumatologia e Ortopedia), órgão do Ministério da Saúde.
Na sede do instituto, no Rio, esses novos materiais já são usados em 30% das 1.200 cirurgias anuais.Porém, Motta afirma que "são necessários mais anos de observação para se comprovar as vantagens e a durabilidade em humanos."
Na opinião do ortopedista Ricardo Affonso Ferreira, do Instituto Affonso Ferreira, de Campinas, as próteses de última geração são mais vantajosas para pacientes mais jovens, em razão da intensa atividade física -o que desgasta a prótese- e porque têm muitos anos pela frente.
Já para idosos com mais de 65 anos a recomendação ainda é a prótese tradicional, que tem histórico conhecido.
O risco de acidentes com os materiais é considerado raro pela classe médica até agora. Em alguns poucos casos, é possível a cerâmica quebrar e o metal soltar partículas -o que também ocorre com o plástico.
A indústria cogita os novos materiais para outras articulações. O preço ainda é empecilho -um quadril de cerâmica custa mais de R$ 20 mil.
ETERNA
A aposentada Minde Hisgail, 74, é uma das que gostariam de eliminar as revisões.
A moradora dos Jardins usa articulação artificial de metal e plástico no quadril desde 1995 e, ao trocar peças em 2009, herdou uma infecção no corte que a deixou mais dias no hospital.
Depois, a prótese se deslocou enquanto Minde se vestia e precisou ser reajustada."Queria que a prótese fosse eterna", diz ela.
MÁRCIO PINHO
Folha.com.br
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