Iniciativas que combatem qualquer tipo de discriminação são muito legais e necessárias, e têm o total apoio deste blog.
Seminários reunirão servidores estaduais e municipais para destacar importância de evitar práticas contra grupos como negros e mulheres.
Seis agências da ONU e dois ministérios vão organizar uma série de seminários no Brasil para destacar a necessidade de o serviço público não discriminar grupos como mulheres e negros. A ideia é alertar gestores de políticas de gênero e igualdade racial de que a ação nas esferas governamentais pode contribuir para agravar ou reforçar os preconceitos de sexo e cor/raça.
O primeiro evento está sendo realizado nesta semana, com apoio de seis agências das Nações Unidas — PNUD, OIT (Organização Internacional do Trabalho), UNICEF (Fundo das Nações Unidas para a Infância), UNFPA (Fundo de População das Nações Unidas), UNIFEM (Fundo de Desenvolvimento das Nações Unidas para a Mulher) e UN-HABITAT (Programa das Nações Unidas para Assentamentos Humanos) — e organismos do governo brasileiro, como a Secretaria de Políticas para as Mulheres e a Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial.
Funcionários públicos estaduais especialistas em políticas públicas de gênero e raça estão reunidos em Brasília, entre segunda e quarta-feira, no Seminário e Oficina “Identificação e Abordagem do Racismo e do Sexismo Institucionais”.
Na abertura, estiveram presentes o recém-empossado coordenador-residente das Nações Unidas no Brasil, Jorge Chediek, a ministra da Secretaria de Políticas para as Mulheres, Nilcéa Freira, e o ministro da Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial, Eloi Ferreira de Araújo. O seminário integra o Programa Interagencial de Promoção da Igualdade de Gênero, Raça e Etnia.
Ainda neste ano, outras atividades ligadas a racismo e sexismo serão promovidas no país, com o apoio das seis agências da ONU e do governo federal. A previsão é de levar a discussão regionalmente, em no mínimo cinco seminários e oficinas, um por região (Norte, Nordeste, Centro-Oeste, Sudeste e Sul).
Nos seminários, será abordado, por exemplo, quais ações devem ser tomadas para que um atendimento no posto de saúde não seja discriminatório. “É necessário trabalhar essas pessoas, capacitá-las, mas antes de qualquer coisa é preciso esclarecer sempre quais são os direitos assegurados pela legislação brasileira. Devemos romper a barreira da cegueira do racismo e sexismo”, afirma a organizadora do seminário e coordenadora do Programa Interagencial de Promoção da Igualdade de Gênero, Raça e Etnia, Angela Fontes, do UNIFEM.
“Rediscutir, recolocar na pauta e trazer clareza nessa discussão com as gestoras e gestores é essencial para que se possa replicar esses temas para os Estados e posteriormente para as esferas municipais”, diz Angela.
Ela cita relatos de funcionários de hospitais públicos que se negam a administrar remédios para amenizar a dor do parto de mulheres negras, alegando que estas, por descenderem de escravos, são fortes e acostumadas às dores. “Presenciei também uma situação de descaso com um homem negro, dentro de um cartório. Era mais do que notável a má vontade que a pessoa tinha em atendê-lo, visto que ele era negro e pobre e provavelmente não teria dinheiro para pagar pela certidão, um direito assegurado pela legislação.”, afirma a coordenadora.
da Prima Página
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