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segunda-feira, 10 de maio de 2010
Raridades que não têm preço
Ter um hobby, em qualquer idade, como o de colecionar coisas, é sempre bom para a saúde. Guardar pedacinhos da história é muito legal!
Colecionadores de selos, medalhas, moedas e cartões-postais mantêm viva uma tradição de 15 anos em Brasília: um encontro semanal em que cada um apresenta as novidades e tenta enriquecer o próprio acervo.
Se ninguém guarda fragmentos da história, ela se perde. Por acreditar nisso, muitos colecionadores se dedicam a montar um espécie de museu particular. Em Brasília, há pelo menos 200 apreciadores do colecionismo registrados em grupos organizados. Um dos mais antigos é a Associação Filatélica e Numismática de Brasília (1). Todo sábado, há 15 anos, os participantes se reúnem no Brasília Rádio Center, na Asa Norte, para trocar, vender e comprar material como selos, moedas, medalhas e cartões-postais, entre outras raridades.
Quanto mais antigo e único é o artigo, melhor e mais caro ele se torna. Quem mantém esse passatempo ou tem curiosidade de saber como funciona terá a chance de conhecer outras pessoas com o mesmo gosto, durante o 5º Encontro Nacional de Colecionadores, de 14 a 16 deste mês, no Hotel Mercure. A entrada é gratuita, sem necessidade de inscrição prévia.
Os organizadores esperam receber também gente de fora do Brasil nessa edição do evento. Por volta de 50 expositores com os mais variados tipos de coleção confirmaram presença. Aproximadamente mil visitantes devem passar pelo local nos três dias. Os atrativos são variados. O advogado aposentado Luiz Gonzaga Borba, 74 anos, é um exemplo de aficionado por esse tipo de diversão. Ele é membro da Associação Filatélica e Numismática de Brasília e tem fascinação por encontrar cédulas de dinheiro brasileiro com defeitos de impressão.
Borba tem mais de 800 modelos diferentes, que saem do Banco Central já com algum estrago. “Não é dinheiro falso, mas com defeito. Quando comecei a coleção, queria algo fora do comum. Quando vi as cédulas assim, me apaixonei.” Uma nota defeituosa muitas vezes vale mais que uma perfeita no mercado de colecionadores. Entre os achados de Borba, há uma cédula de R$ 2 que custa R$ 100, toda defeituosa. Quanto mais fora do padrão, melhor. Mesmo o dinheiro atual, como a nota de R$ 1, que se tornou rara, vale o dobro, de acordo com o catálogo usado para definir as cotações.
Já o comerciante Gilberto Bailão, 68 anos, sente prazer em reunir o maior número possível de cartões-postais com imagens de Brasília. Mas esse não é seu único passatempo. Moedas, selos e medalhas estão entre os itens colecionados por ele. Bailão é dono de uma das únicas lojas voltadas para colecionadores em Brasília, na Asa Norte. “Eu vendo qualquer coisa, menos os cartões-postais de Brasília, que são meus preferidos”, explicou Bailão.
O bancário aposentado Marco Antônio Rodrigues, 55 anos, é modesto. Comparado aos colegas, ele se considera um iniciante, mesmo armazenando cédulas e moedas desde os anos 1970. Mas já dá contribuições para o mundo do colecionismo. Marco Antônio mandou fazer vários suportes com exemplares da moeda de R$ 1 com o rosto de Juscelino Kubitschek no verso. “É uma moeda criada pelo Banco Central em comemoração ao centenário de JK, mas que não se vê por aí. Coloquei em um suporte e mandei imprimir frases comemorativas ao aniversário de Brasília na caixinha”, explicou. O produto será lançado durante o encontro nacional e vendido a R$ 15.
Paixão
Os três colecionadores têm em comum, além da participação no mesmo clube, a paixão dedicada ao passatempo. “Quem coleciona é um pesquisador”, define Bailão. “O colecionismo é inato. Todo mundo mantém esse hábito, mesmo sem perceber. Quando eu era pequeno, já colecionava muitas coisas. Assim guardamos as memórias de várias gerações”, complementou Borba. Todos eles tentaram transmitir aos filhos essa paixão. Mas ninguém conseguiu. “Nos encontros, a faixa etária é de 40 a 80 anos. E a maioria é homem. Gostaríamos muito de atrair a juventude, afinal, é divertido. Mas, com tanto computador e videogame no mundo, fica difícil chamar esse público”, lamentou Borba.
Cada um se orgulha de suas peças raras. Borba mostra um patacão, como eram chamadas algumas moedas hispano-americanas na época do Brasil colônia. Uma das mais cobiçadas é a de 960 réis. No começo do século 19, Dom João VI mandava carimbar em cima de moedas de menor valor o símbolo de 960 réis, para nacionalizar e valorizar o dinheiro. Hoje, os exemplares podem custar até R$ 1 mil. Mas as de Borba valem R$ 150.
Na coleção de cédulas em exposição há uma nota de 200 réis, de 1920, que equivale hoje de R$ 5 mil a R$ 6 mil e pode custar até R$ 3 mil para o colecionador. Na Loja do Colecionador, entre as mais desejadas pelos numismatas, estão moedas comemorativas do Banco Central em homenagem ao piloto Ayrton Senna (R$ 900), ao tetra-campeonato da Seleção Brasileira de Futebol (R$ 1 mil) e ao centenário de Juscelino Kubitschek (R$ 700).
Os mais caros exemplares entre os cartões-postais são duas coleções: uma
intitulada Feira de Nova York, lançada em 1940, e a Brasiliana, com ídolos do esporte brasileiro, de 1983. A primeira vale R$ 700 e a segunda, R$ 250. Um selo chamado Olho de boi sai por salgados R$ 1 mil. “Mas existe Olho de boi por R$ 5 mil”, garante Bailão. O preço é considerado justo por quem coleciona. Alguns compradores da loja de Bailão não têm medo de botar a mão no bolso e chegam a gastar R$ 5 mil em compras para aumentar a coleção. Mais vale um gosto do que cem mil réis, já diz a antiga sabedoria.
Correiobraziliense.com.br
Leilane Menezes
Publicação: 10/05/2010 08:23
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