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quinta-feira, 20 de maio de 2010

Número de doadores de órgãos cresce no primeiro trimestre de 2010 no Brasil

Doar órgãos é uma iniciativa muito legal, mas melhor ainda é saber que cada dia mais brasileiros têm consciência disto.

A ABTO (Associação Brasileira de Transplante de Órgãos) divulgou um balanço dos transplantes de órgãos realizados no primeiro trimestre de 2010 que indica que o número de doadores aumentou no Brasil, atingindo 10,2 por milhão de população (pmp).

Segundo a ABTO, em números absolutos foram 485 doadores com órgãos transplantados entre janeiro e março de 2010 (projeção de 1.940 para o ano), contra 378 (8 pmp) no mesmo período do ano passado e 1.658 (8,7 pmp) no total de 2009.

Em entrevista à Folha por telefone, o presidente da ABTO, Ben-Hur Ferraz Neto, explicou que o crescimento se deve a várias ações, entre elas, "a formação de pessoas especializadas nos cuidados com o doador de múltiplos órgãos e na abordagem da família. As equipes são treinada para lidar com todas as etapas do transplante".

Entre os Estados que registraram aumento de doadores neste ano está São Paulo, que cresceu de 15,4 pmp para 22,6 pmp (236 em números absolutos); Ceará, de 11,2 pmp para 19,1 pmp; Distrito Federal, de 9,8 pmp para 18 pmp; Espírito Santo, de 10,2 pmp para 17 pmp; e Paraíba, de 3 pmp para 10,9 pmp.

A meta para o resto do ano é atingir 10 doadores com órgãos transplantados por milhão de população. "Para o próximo trimestre, queremos no mínimo manter essa taxa. Para 2010, esperamos superar a expectativa de 10 pmp", informou o presidente.

O destaque da publicação é a inclusão das estatísticas de sobrevida dos pacientes e enxertos. Para Ferraz Neto, "o mais importante é que a novidade vai permitir análises futuras, onde nos basearemos para promover ações de impacto."

A intenção é que, a médio e longo prazo, seja possível fazer um estudo consolidado dos transplantes realizados em todo o Brasil, promovendo ações que possam resultar em melhorias, de acordo com a ABTO.

Segundo dados fornecidos pelas equipes transplantadoras que atualizaram 100% dos seus transplantes, a sobrevida dos pacientes e enxertos por órgãos foi maior em cirurgias no pâncreas após rim, seguida por rim, fígado, coração e pâncreas/rim.

MARIANA PASTORE
Colaboração para a Folha

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