Devemos sempre incentivar a inclusão de todas as pessoas na nossa sociedade, independetemente da situação em que se encontram. Pessoas que nascem com Síndrome de Down trabalham perfeitamente, é só dar um voto de confiança.
De acordo com o Censo 2000 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), estima-se que entre a população total de brasileiros haja cerca de 300 mil pessoas que nasceram com síndrome de Down. Com isso, também aumenta a necessidade futura de incluí-los no mercado de trabalho. Desde 1991 existe a Lei das Cotas, que obriga que as empresas privadas que tenham um quadro de funcionários superior a 100 pessoas preencham de 2% a 5% dos seus cargos com pessoas com deficiência, incluindo os portadores de síndrome de Down.
Ellen Karine Viana Pires (foto acima), de 29 anos, trabalha na creche Cruz de Malta desde 2000. Portadora da síndrome de Down, ela trabalha das 14h às 18h, de segunda à sexta-feira, e desempenha atividades como levar lanche para as crianças e para os funcionários. Além disso, Ellen ajuda os professores a observar as crianças. “Eu adoro a creche, os pequenos e os funcionários. Fico feliz porque ganho meu dinheirinho para ir a festas e comprar meu lanche”, conta sorridente. Criada pela avó, Ellen revela que, desde que começou a trabalhar, fez muitos amigos. “Desde o início apoiei a Ellen. Achei que seria importante para ela se socializar, conhecer pessoas e se sentir útil”, explica Maria Celeste Viana, avó de Ellen. Ela também conta que já surgiu uma oportunidade para a neta trabalhar em um hotel, mas não conseguiu ser contratada por não ser alfabetizada.
Segundo a coordenadora da creche, Márcia Batista Bandeira, a iniciativa de incluir portadores de síndrome de Down na empresa partiu do embaixador da Cruz de Malta há dez anos. “Aqui na creche, a Ellen Karine é muito querida e leva o trabalho muito a sério. Além dela, há um rapaz com síndrome de Down. Nós fazemos questão de que eles participem das reuniões com os professores e os funcionários em geral”, explica Márcia, que coordena a creche há cinco meses. Márcia conta, ainda, que se esforça para que os funcionários se ajudem mutuamente e, dessa forma, incluam os dois funcionários especiais. “Eles adoram se sentir úteis e sempre fazemos com que eles se sintam parte importante da empresa”, diz.
A ex-presidente da Federação Brasileira das Associações da Síndrome de Down, Maria Madalena Nobre, trabalha hoje na Associação DF Down e desenvolve projetos de inclusão dos jovens e adultos com síndrome no mercado de trabalho. Mãe de Flávio Nobre, de 23 anos, Maria Madalena pretende levantar uma grande pesquisa em todo o Distrito Federal a fim de saber quantos jovens adultos com a síndrome já estão trabalhando. “Meu objetivo é chamar a atenção para melhorar a inclusão dessas pessoas na escola e, posteriormente, capacitá-las para o mercado de trabalho. Minha luta começou a partir do meu filho e sinto que hoje, na fase adulta, ele precisa de estímulo para ter uma vida melhor”, conta Maria Madalena, que desenvolve na associação oficinas de pintura e teatro. A associação também busca, mesmo que timidamente, se comunicar com empresas que têm interesse de contratar portadores de síndrome de down. Ela também explica que, apesar dos avanços no sentido de inclusão social, ainda existe preconceito.
Correioweb - Admite-se
16/05/2010 10:53
16/05/2010 10:53
Nenhum comentário:
Postar um comentário